Tudo sobre a Agricultura Biológica
Domingo, 01.04.12

No passado sábado, o executivo municipal de Loulé assinalou a abertura das Hortas Sociais de Loulé, numa cerimónia que contou com a presença do diretor regional de Agricultura e Pescas do Algarve Fernando Severino, e de Nélson Dias, da Associação In Loco, parceiros nesta iniciativa

Numa altura em que ainda se encontra em fase de atribuição dos talhões, Aníbal Moreno, vereador com o pelouro do Ambiente, explicou a essência desta infraestrutura localizada numa antiga lixeira, e que integra as componentes ambiental e social. «Decidimos criar as Hortas Sociais como forma de apoiar as pessoas mais carenciadas, aproveitando um espaço desaproveitado há mais de 20 anos, perto do centro da cidade», sublinhou.

Após um trabalho de mais de um ano, o equipamento já construído integra 20 talhões, área de convívio, serviços do apoio, e um reservatório de 500 m3 de água armazenada para rega e que tem origem nas Bicas Velhas.

A atribuição dos talhões existentes está agendada para o dia 21 de abril mas Aníbal Moreno adiantou que «este projeto não se esgota nestes 20 talhões, nem neste local».

A utilização é totalmente gratuita mas, de acordo com este responsável, o que se pretende é ajudar as pessoas e não que estas façam negócio com os produtos.

Já a vereadora responsável pela área social do Município Teresa Menalha, salientou o facto do «conceito destas Hortas Socais ser diferente das Hortas Comunitárias» já que a infraestrutura direciona-se preferencialmente aos mais desfavorecidos e não a toda a comunidade. Como tal, esta responsável falou dos critérios de seleção para atribuição dos talhões: famílias desfavorecidas, com rendimento capitainferior à retribuição mínima mensal garantida,famílias numerosas e com menores, desempregados e munícipes recenseados no concelho há mais de 3 anos. «A atribuição será feita de acordo também com a ordem de chegada das pré-inscrições. Nada disto pode ser feito sem critérios», frisou esta vereadora.

Quanto aos objetivos, Teresa Menalha falou da importância das Hortas Sociais como forma de identificar a cultura local, reforço do espírito de coletividade, prevenção de comportamentos antissociais, apoio à subsistência das famílias, promoção dos hábitos saudáveis, criação de um cariz biológico e tradicional e valorização do espaço público.

No âmbito das Hortas Sociais, foi celebrado um protocolo entre o Município de Loulé e a Associação in Loco com vista à formação e acompanhamento dos proprietários dos talhões. Tendo em conta que algumas das pessoas a quem será atribuído um talhão não têm noções mínimas de agricultura, os técnicos da In Loco irão promover uma ação de formação com uma parte introdutória sobre agricultura biológica e reutilização de resíduos e compostagem. Posteriormente, esses técnicos farão o acompanhamento no terreno. 

«Esta é uma Horta cheia de simbolismo, não só pelo reaproveitamento do espaço de uma antiga lixeira, mas também porque abre as portas no dia do ‘Limpar Portugal’», considerou Nélson Dias, da In Loco. Já o diretor regional de agricultura, Fernando Severino, destacou o caráter social, ambiental, pedagógico e de lazer destas Hortas Sociais. Este responsável falou ainda do papel da autarquia na «aproximação à produção, sem enveredar por caminhos não sustentáveis».

A Câmara Municipal de Loulé decidiu criar as Hortas Sociais de Loulé forma de proporcionar aos cidadãos, em especial aos mais carenciados, a possibilidade de cultivarem e assim poderem usufruir de produtos agrícolas frescos, produzidos por si e pelo seu agregado familiar. As Hortas Sociais de Loulé visam, assim, dotar o Município de um equipamento com uma forte componente social, considerando a importância da relação entre o homem e a terra como forma de equilíbrio, interação e integração com o meio social e ambiental.

Além disso, a criação de pequenas hortas em contexto urbano constituem, não só um instrumento de subsistência alimentar e complementar, nos atuais tempos de dificuldades, como também instrumento sociocultural, que cria uma forma de equilíbrio entre o homem e a comunidade e entre o homem e o meio ambiente que o rodeia.

As Hortas de Louléocupam espaço público que se encontrava disponível e permitem utilizar um recurso valioso que se desperdiçava, a água das Bicas Velhas. Com a criação destas hortas pretende-se ainda a requalificação de espaços que tendem a degradar-se quando não ocupados, devolvendo à comunidade um espaço comunitário que funcionará como um elo de convivência social entre gerações e proporcionará benefícios económicos e de saúde, especialmente no que concerne a uma alimentação saudável.

Estes fatores contribuirão para a integração da comunidade nos contextos social e ambiental, justificando, pela sua relevância social e comunitária, um apoio e incentivo consistentes, para a promoção da saúde e da qualidade de vida dos seus utilizadores, através da mudança de comportamentos, que se traduzem em hábitos de vida mais saudáveis, favorecendo o contacto com a natureza enquanto forma de evitar o sedentarismo e motivando a introdução de boas práticas.

Os utilizadores deverão cumprir as regras estabelecidas no Regulamento, usar corretamente os recursos disponibilizados e contribuir para uma convivência sã entre os utilizadores, bem como o cumprimento das técnicas de uma agricultura sustentável e saudável. A criação das Hortas Sociais de Loulé contempla ainda uma forte componente educativa, apresentando em espaço próprio ações de formação sobre técnicas de agricultura biológica, manutenção de espaço público, trabalho comunitário, compostagem e promoção ambiental.

A utilização das Hortas Sociais de Loulé requer o cumprimento das regras estabelecidas no Regulamento, o uso correto dos recursos disponibilizados e uma convivência sã entre os utilizadores, bem como o cumprimento das técnicas de uma agricultura sustentável e saudável, de acordo com as regras da agricultura biológica.

Os interessados em dispor de um talhão nas Hortas Sociais de Loulé devem apresentar à Câmara Municipal de Loulé uma ficha de candidatura, que se encontra disponível no website do Município, tendo prioridade as famílias com rendimento per capita à retribuição mínima mensal garantida. 

Para mais informações os interessados devem contactar a Divisão de Ambiente e Equipamentos Urbanos (289 400 890) ou a Divisão de Gestão Social e Saúde (289 400 882) da Câmara Municipal de Loulé.

fonte:http://www.barlavento.pt/

publicado por adm às 19:16 | link do post | comentar | favorito
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